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Você sabe quais são as origens do Jazz?

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Indiscutivelmente, o jazz é um dos gêneros mais tocados e ouvidos no mundo todo. O gênero foi responsável por popularizar imortalizar nomes como Cab Calloway, Nina Simone, Frank Sinatra e diversos outros, além de continuar a cativar a todos com suas origens e estilo musical.

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Sendo matéria de importantes pesquisas em comunicação, inclusive sendo o objeto central de estudo do livro O Jazz Como Espetáculo, o jazz tem como base as culturas de matriz africana, mas foi somente no final do século XIX, onde os escravizados trazidos do continente africano que trabalhavam nas lavouras de algodão, açúcar, tabaco e arroz encontravam nas canções coletivas que os trabalhadores criavam entre si como um modo de expressar sua cultura, até então repudiada pelos brancos. Tudo isso se deve à abolição da escravatura e o fim da Guerra Civil estadunidense.

Fonte: Divulgação/Youtube
World Stage Herbie Hancock Institute of Jazz Performance Jam Session

Com a aproximação dos negros com os instrumentos musicais ocidentais, passaram a mesclar sua cultura com a cultura ocidental, além de criar ritmos e melodias diferentes e inovadores. Foi só no ano de 1890 que o gênero se popularizou em um nível que foi capaz de chegar ao estado da Lousiana, onde as músicas folclóricas tradicionais se inspiraram na influência da cultura branca estadunidense, tendo como inspiração também as raízes da colonização europeia. E dessa mistura de ritmos, surgem três grandes gêneros: Blues, Ragtimes e Spirituals.

Logo, os músicos passaram a combinar os três gêneros, o que deu origem ao jazz que conhecemos hoje. Na música, ele logo se tornou destaque, especialmente por uma característica em comum com o Blues: o uso da chamada blue note, um termo utilizado para se referir ao caráter melancólico presente nas músicas e canções da época.

Não se sabe ao certo de onde exatamente surgiu a palavra jazz, embora muitos estudos indiquem que a palavra que nomeia o gênero tem suas raízes em gírias muito utilizadas naquele tempo em todo o território dos Estados Unidos. E já no século XX, o jazz foi responsável por fazer com que novos estilos musicais surgissem, como o swing, dixieland (também chamado de jazz tradicional), bebop, jazz latino e diversos outros gêneros que se popularizaram com o passar do tempo.

Em 1905, o jazzista Jelly Morton compôs Jelly Roll Blues, considerado o primeiro arranjo impresso, que veio à publicação pública dez anos depois, servindo de inspiração para os novos jazzistas que surgiriam em breve, em especial na cidade de Nova Orleans, dando grande destaque também para Nova York.

Fonte: Divulgação/Youtube
Peggy Lee Entertains| Peggy Lee

O que antes era um elemento cultural típico da cultura afro-americana tornou-se um prestígio e entretenimento para a elite na década de 1920, passando também a ganhar espaço no cinema, em especial entre o fim dos anos 20 e início da década de 1930. Diversos cantores de jazz passaram a atuar na produção cinematográfica compondo e se apresentando para grandes elencos e também entretendo as classes mais altas em bailes, casas de dança e até mesmo com performances em bares e restaurantes.

Com a invenção do rádio e o frequente consumo de discos de vinil tocados em vitrola, o gênero foi aos poucos se adaptando para as novas tecnologias de comunicação, permitindo alcançar diversas partes do planeta.

O jazz passou a ser tocado por orquestras sinfônicas ainda no começo dos anos 30, contribuindo também para o surgimento de bandas e grupos de jazz, colocando até mesmo negros e brancos juntos no mesmo palco, mesmo com as Leis de Jim Crow até então em vigor em território estadunidense; foi somente em 1938, que as barreiras geográficas e raciais permitiram que o estilo musical cativasse ainda mais pessoas.

Em 1950, o impacto do jazz americano chega ao Brasil com o surgimento do gênero da Bossa Nova, amplamente inspirado nas melodias e ritmo jazzista.

Além da harmonia jazzista ser vista apenas como entretenimento a ser prestigiado, diversas músicas de jazz inspiradas no Blues passaram a integrar animações feitas a partir da década de 30. Louis Armstrong e Cab Calloway foram alguns dos grandes exemplos: Cab Calloway atuou como dublador e como modelo para o aparelho de rotoscopia inventado pelo animador Max Fleischer, cantando a canção Saint James Infirmary Blues para um dos curtas-metragens animados da personagem Betty Boop.

No entanto, devido ao Neocolonialismo e ao racismo, o jazz contribuiu também para o desenvolvimento de estereótipos ofensivos da população negra em filmes e animações da época utilizando o estilo blackface, que acabou por ser muito utilizado no cinema e no entretenimento televisivo da época, levando a uma parte da população branca considerar o jazz um estilo demasiadamente primitivo em relação aos novos que surgiam na música,  o que posteriormente levou à censura desse conteúdo por conta de polêmicas e preconceitos étnicos e raciais.

Mas para quem ainda pensa que o cenário do jazz era exclusivamente masculino, vale ressaltar que nos anos 20, as orquestras que tocavam jazz tinham o costume de mostrar apenas mulheres cantoras de jazz, já que existia a antiga crença de que a orquestra era o único lugar para as mulheres na música, pois também era muito raro as mulheres estarem envolvidas com a escritura de arranjos e composições.

Entre os anos 40 e 50, o jazz latino se tornou popular no continente americano por misturar características do gênero americano com elementos da cultura latino-americana, como os ritmos da salsa, merengue, samba e mambo. Com isso, fica claro que as principais característica do jazz são seus constantes improvisos, criatividade, interpretação individual, ritmos em escala não linear e sonoridade dançante.

O gênero foi responsável por lançar grandes nomes no mundo da música, como Louis Armstrong, Peggy Lee, Miles Davis, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Frank Sinatra e diversos outros. Atualmente, Ezra Collective, Fatima e Nubya Garcia são grandes nomes do jazz contemporâneo, além também de destacar os irmãos Seth e Rachael MacFarlane, que além de grandes dubladores e produtores de cinema americanos, tem seus trabalhos inspirados no jazz e chegam até a cantar jazz contemporâneo, também chamado de new contemporary music ou simplesmente jazz smooth.

Fonte: Divulgação/Youtube
Seth MacFarlane sings Frank Sinatra

Já no Brasil, o estilo musical recebeu destaque com nomes como Luiz Eça, Rio Jazz Orchestra, Victor Assis Brasil e diversos outros.

https://youtu.be/E2L0D-m_0RM?si=d02Eh6QY6c9JAwum


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