Jazz Collection Plus – #4 – Janis Joplin e Serguei
Nesta edição do o Jazz Collection Plus, Leandro Massoni a Rainha do Rock and Roll e uma das maiores cantoras de blues e soul da sua geração, Janis Lyn Joplin, ou somente Janis Joplin foi uma das figuras do cenário artístico musical que despertaram a atenção do público ao redor do mundo graças ao seu talento influenciado por grandes nomes do blues e do, adivinha… do jazz, é claro!
Oriunda de Port Arthur, no Texas, Estados Unidos, Janis cresceu em meio a uma tradicional família e escondida, começou a criar raízes para seus futuros repertórios ouvindo nomes de peso como Bessie Smith, Leadbelly e Big Mama Thornton. Mais tarde, quando foi aprovada em um curso de artes visuais na Universidade do Texas e passou a viver numa república de estudantes, ela foi incentivada pelos colegas a cantar num karaokê e foi aí que o seu talento musical começou a dar seus primeiros sinais.
Com isso, Joplin deixou de lado a vida acadêmica e passou a se dedicar única e exclusivamente à música com a banda que formou com alguns amigos e adotar um novo estilo de vida inspirado na geração beat de poetas. Saiu da casa dos pais e foi viver sozinha em San Francisco, onde começou a trabalhar como cantora em boates.
Ainda nesta época, assumiu-se bissexual e manteve alguns relacionamentos um tanto quanto conturbados e inusitados, eu diria. Um deles em específico e muito folclórico eu vou falar daqui a pouquinho. Bem, ao longo de sua carreira, ela fez parte de algumas bandas, em especial, a Big Brother and the Holding Company, com a qual participou do Festival Pop de Monterrey, onde cantou a versão da canção “Ball and Chain”, e fez parte do álbum que a fez alcançar a fama: Cheap Thrills, de 1968. E sobre essa banda e álbum que citei agora há pouco, resolvi separar “Ball and Chain”, que reúne tons de jazz mixados com um estilo blues e toda uma carga de interpretação e dramaticidade contida na voz da nossa rainha Janis Joplin, pra gente ouvir aqui no Jazz Collection Plus. Bora lá? É só dar play no podcast acima.
Janis Joplin, uma das vozes mais autênticas e potentes do rock, do blues e do jazz, ou seja, um super combo musicalmente visceral que infelizmente nos deixou ainda muito cedo, com apenas 27 anos, devido a uma overdose de heroína e álcool, que era um mix de tudo o que já vinham acompanhando sua carreira antes mesmo da fama, para esquecer a infância e os tempos em que sofria do que chamamos hoje de bullying.
É claro que além da questão do excesso de drogas e álcool, Janis colecionou diversos episódios marcantes em sua trajetória musical, como a sua presença no famoso Festival de Woodstock em 17 de agosto 1969, além de um momento um tanto quanto curioso envolvendo um artista brasileiro.
Pois é, lembra que no começo deste programa eu iria falar de um relacionamento em específico que a cantora teve com alguém bem inusitado? Então, esse alguém que eu me refiro é Sergio Augusto Bustamante. Pelo nome, é um pouco complicado de lembrar, porque ele era conhecido mesmo como Serguei, ou melhor, o Divino do Rock Brasileiro. Ele que é natural do Rio de Janeiro, era filho único de um executivo da IBM com uma dona de casa. Com 12 anos, foi morar com sua avó materna em Long Island, em Nova Iorque, onde começou a participar de festivais infantis. Quando voltou ao Brasil em 1955, ele chegou a trabalhar em empregos convencionais, porém, o gosto pela música falou mais alto e passou a se dedicar a ela fielmente em meados de 1960, quando fez parte do grupo The Youngsters, uma das bandas de apoio do rei Roberto Carlos.
Antes de prosseguir com esse resumo da trajetória de Serguei, vou comentar aqui dois detalhes interessantes: o primeiro era o estilo psicodélico do cantor carioca, que foi um precursor brasileiro do visual andrógino em shows e seu nome, que surgiu devido uma amizade com um russo que o chamava assim, de Serguei,
Com uma carreira que viveu altos e baixos, sendo retratado por alguns veículos de imprensa no Brasil como um cantor alucinado e subversivo, ele chegou a conquistar o reconhecimento de algumas personalidades da música mundial, entre elas, adivinha: Janis Joplin, com quem ele afirmava ter tido um relacionamento afetivo em Long Island em 1969. Embora haja controvérsias quanto a esse suposto envolvimento entre os dois, o fato é que Serguei ficou conhecido por esse ocorrido. Tanto que durante um desfile por uma grife na São Paulo Fashion Week, em 2004, ele desfilou usando uma camisa que se tornou símbolo de toda essa mística história com os dizeres “Eu comi a Janis Joplin”. Realmente, um cara bastante diferenciado no cenário artístico.
E pra gente render uma homenagem ao Serguei e também a Janis, eu achei aqui um áudio bem interessante dele interpretando um dos sucessos de Joplin, que foi a música “Summertime”, do álbum Chip Thrills com a Big Brother and the Holding Company.
Realmente esses dois deixaram uma grande contribuição para o cenário artístico musical por conta de toda a irreverência, genialidade e particularidade que ambos carregaram ao longo de suas carreiras. Voltando a falar de Serguei, ele acabou falecendo em 2019 devido a falência múltipla dos órgãos e sua residência em Saquarema, onde passou a morar desde 1972, se transformou no Templo do Rock brasileiro, com artigos e objetos pessoais do músico, sendo mantida até hoje pela
Produção e apresentação: Leandro Massoni
Direção: Cleber Almeida