JAZZ COLLECTION PLUS #010 – Bola Sete e Olmir Stocker
Nesta edição do Jazz Collection Plus vamos trazer uma personalidade que ficou conhecida como um dos maiores violinistas brasileiros de todos os tempos: Djalma de Andrade, o Bola Sete, que ficou mundialmente conhecido pelo seu talento, menos em seu próprio país.
Considerado um dos mais inovadores e ecléticos guitarristas na história do Jazz e um dos mais talentosos e modernos violonistas brasileiros dos anos 1950, ele que era carioca, único filho homem entre seis irmãs, nasceu numa família pobre, porém extremamente musical. Aos seis anos, começou a tocar cavaquinho e, aos nove, ganhou seu primeiro violão.
Aos 10 anos foi adotado por um casal de classe média alta, com o qual conheceu a música clássica. E durante os eventos da Segunda Guerra Mundial, o casal enviou Bola Sete para uma fazenda no interior do país, na tentativa de evitar que ele fosse recrutado. Lá, o artista teve contato, pela primeira vez, com a música folclórica brasileira, ao mesmo tempo em que continuava a tocar violão clássico.
Na volta ao Rio de Janeiro, por volta dos 20 anos, estudou na Escola Nacional de Música e foi contratado pela Rádio Nacional, onde acompanhava cantores e participava de regionais, pequenos grupos e orquestras. Depois, passou um período curto em São Paulo, buscando se aperfeiçoar no violão.
Com a chegada dos anos 1960, Bola foi aluno do maestro Moacir Santos, a exemplo de nomes como Baden Powell e Eumir Deodato. Existem relatos, inclusive, que ao longo de toda a sua carreira, o músico teve uma forte dedicação ao estudo. Mesmo nos últimos anos de vida, já doente, sua mulher contava que estudava de quatro a seis horas por dia. O cara realmente era uma máquina mesmo!
Depois de ter formado o grupo Bola Sete e Seu Conjunto, que tinha como cantora Dolores Duran, se mudou para os Estados Unidos no final dos anos 1950, onde fez uma carreira de sucesso e viveu até a sua morte, em 1987, aos 63 anos, na cidade de Greenbrae, California, devido a complicações causadas por pneumonia e câncer de pulmão.
Em 2001, seu disco “Ocean Memories” foi ranqueado na 72ª posição da lista “Os 100 melhores álbuns de 2000”, de acordo com os editores do site amazon.com.
Olmir Stocker
Agora, saindo de um grande artista para outro, vamos falar do Alemão. Tá, você tá se perguntando: qual Alemão? Bem, o alemão ao qual eu me refiro é o Olmir Stocker, que é mais conhecido no meio artístico pelo apelido e é um exímio guitarrista e violinista, nascido em 1936 na cidade de Taquari, no estado do Rio Grande do Sul, inclusive no mesmo dia em que eu nasci, em 17 de junho.
Pertencendo a uma família profissionalmente circense, viajou pelo Brasil e outros países da América do Sul ainda quando criança. E desde cedo, aos sete anos, começou a tocar violão e ganhou a sua primeira guitarra quando servia o exército, sendo um presente de um oficial militar.
Como músico profissional trabalhou na rádio de Porto Alegre, onde teve que aprender a diversificar a sua atividade acompanhando conjuntos regionais, duplas sertanejas, quartetos vocais e cantores em geral.
Depois, se mudou para Curitiba onde trabalhou com o quinteto do acordeonista Breno Sauer e, ainda no final da década de 1950, transferiu-se para São Paulo, onde reside atualmente atuando ainda como músico e professor.
Durante toda sua carreira acompanhou e gravou com cantores de renome da música brasileira e estrangeira, como Vicente Celestino, Agostinho dos Santos, Francisco Alves, Orlando Silva, Gregório Barros, Pedro Barras, Ângela Maria, Elis Regina, Nelson Ned, entre outros.
Além disso, Stocker possui uma vasta experiência profissional, tendo se apresentado em mais de 23 países, passando pelos cinco continentes em mais de 160 concertos, inclusive o Festival de Jazz de Montreal, no Canadá, tocando composições de sua autoria nos ritmos brasileiros, desde samba até xaxado, baião, choro, valsa e vários outros, tudo com jazz!
Aproveite o podcast dando um play lá em cima no topo deste post.
Produção e apresentação: Leandro Massoni
Direção: Cleber Almeida